Mulher resgatada após 6 anos em situação análoga à escravidão denunciou abuso sexual, diz Creas

Trabalho análogo à escravidão — Foto: Revista Globo Rural/Thinkstock

Mãe e filha viveram 6 anos presas em chácara no interior de Floriano. A mulher contou que o ato foi praticado por outra pessoa em condição análoga à escravidão.

A mulher de 41 anos que foi resgatada juntamente com a filha de um sítio onde vivia em situação análoga à escravidão, denunciou nessa quarta-feira (11) ao Centro de referência e Assistência social (Creas) de Floriano que sofreu violência sexual praticada por outro trabalhador, que vivia nas mesmas condições.

“Ela detalhou como tinham sido os episódios [de abuso sexual], e apontou os possíveis agressores, contando que era do conhecimento do senhor que as mantinha em cárcere privado. O senhor não era o agressor, era outra pessoa que estava a cargo desse patrão”, disse o psicólogo Cássio Marques, do Creas de Floriano

Ainda segundo o depoimento das vítimas, o homem que teria cometido os abusos também vivia em situação análoga à escravidão, na mesma chácara. Ainda não se sabe quando aconteceram os abusos.

De acordo com o psicólogo, as mulheres estavam em uma situação de sofrimento psíquico intenso por conta do que viveram no local onde viviam. As duas mulheres eram moradoras de Floriano, mas não lembram mais como se orientar nas ruas da cidade. Elas também não tem mais contato com familiares.

Transtorno psicológico

Segundo o psicólogo Cássio Marques, elas aparentam sofrer de algum tipo de transtorno psicológico, e que será feita uma investigação para saber se elas desenvolveram o quadro devido à condição a que foram submetidas, ou se já nasceram com esta condição e, ainda, se o patrão se aproveitou disso para aliciar e convencê-las a trabalharem na propriedade.

O Ministério Público do Piauí e a Polícia Civil irão apurar o caso. No momento, as mulheres estão em uma residência, sendo acompanhadas pelo sistema de saúde e de assistência social.

Cárcere e situação análoga à escravidão

Mãe e filha, de 47 e 21 anos, foram resgatadas nessa terça-feira (9) após viverem por seis anos em cárcere privado e condição análoga à escravidão em um sítio nas proximidades da BR-343, na zona rural de Floriano, Sul do Piauí.

Segundo o Creas, as duas eram impedidas de sair da chácara e ameaçadas. Elas relataram também que eram exploradas para fazer tanto serviço doméstico como para fazer trabalhos na chácara.

As duas foram expulsas da chácara na última terça, e foram resgatadas pela Polícia Rodoviária Federal depois de caminhar sozinhas pela estrada. De acordo com a PRF, as vítimas relataram que foram trabalhar no local a convite do proprietário, que prometeu o pagamento de um salário mínimo e cesta básica, mas nunca receberam.

Fonte: Por TV Clube e G1 PI

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