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Mandado de prisão expedido pela Justiça continha o nome e o CPF do trabalhador. Secretaria de Segurança Pública do Piauí informou que eventuais responsabilidades administrativas serão apuradas pela Corregedoria.
Por g1 PI
08/04/2025 19h10 Atualizado há 13 horas

Homem é preso por engano após ser confundido com acusado por homicídio no PI — Foto: Reprodução
O pedreiro Izaias Araújo, de 37 anos, passou mais de 24 horas preso em Teresina, após ser confundido com um homem foragido da Justiça pelo crime de homicídio. Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), o mandado de prisão expedido pela Justiça continha o nome e o CPF do trabalhador.
Izaias Araújo foi preso na manhã de 28 de março deste ano, no bairro Itararé, na Zona Sudeste de Teresina, e levado à Central de Flagrantes da capital. Somente durante a audiência de custódia, na tarde do dia seguinte, foi constatado que ele não era a pessoa foragida. O pedreiro, então, foi liberado.
“O mandado de prisão preventiva foi cumprido em face de pessoa diversa. A autoridade policial enviou fotos do sujeito qualificado no mandado de prisão, ficando evidente não se tratar da pessoa que se encontra presa, pois o destinatário do mandado possui tatuagens visíveis pelo corpo, como no braço, enquanto a pessoa presa não é tatuada e suas características físicas são, em muito, distintas de seu homônimo”, diz trecho da decisão da Justiça.
Em nota, a SSP-PI informou que eventuais responsabilidades administrativas serão apuradas pela Corregedoria da instituição.
‘Sentimento de revolta’
Em entrevista a TV Clube, Izaias Araújo afirmou que vivenciou momentos de tensão ao ser abordado por policiais e preso. Ele relatou que tentou explicar que estava sendo confundido e que pediu para que verificassem outras informações do documento de identificação.
“Eu dizia o nome dos meus pais, a filiação, e nada de encontrarem os nomes corretos. Passei uma noite de terror lá dentro. Não é lugar para cidadão. Para mim, foi um terror. Um sentimento de revolta. Fazer isso com um cidadão de bem… Isso não existe”, relatou.
A advogada de defesa da vítima, Valquíria Castro, criticou a conduta da autoridade policial. Segundo ela, a filiação e o número do registro geral nacional (RG) do pedreiro não coincidem com os dados do verdadeiro foragido.
“A autoridade policial não se atentou e nem escutou o suposto Izaias, que estava preso como homicida, para verificar corretamente sua filiação. Houve uma grave afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana, bem como à presunção de inocência. Vamos atrás do direito da vítima”, destacou.
Izaias informou também que pretende buscar reparação e que nada poderá suprir tudo o que ele passou. “Isso não se faz com um cidadão de bem e eu vou procurar os meus direitos. Não vou deixar isso [ficar] impune de jeito nenhum”, concluiu.
Fonte: g1 PI