Sem vacinas contra Covid-19, prefeitos pedem a saída de Pazuello do Ministério da Saúde

(Foto: Eusivaldo Queiroz/MS)


A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou nesta terça (16) nota na qual critica duramente a interrupção da vacinação contra Covid-19 e pede saída do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “O movimento municipalista, por meio da Confederação Nacional de Municípios (CNM), vem a público, em nome dos gestores locais que assistem e vivem desesperadamente a angústia e o sofrimento da população que corre aos postos de saúde na busca de vacinas contra a Covid-19, manifestar sua indignação com a condução da crise sanitária pelo Ministério da Saúde e solicitar a troca de comando da pasta. A entidade tem acolhido relatos de prefeitas e prefeitos de várias partes de país, indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana, em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo Ministério.”, diz a nota, assinada pelo presidente da CNM, Glademir Aroldi. Várias cidades já paralisaram a vacinação porque as doses chegaram ao fim. Em Curitiba, por exemplo, com as doses disponíveis a vacinação só segue até a próxima sexta-feira e não há previsão de imunização dos idosos com menos de 85 anos.

Na nota, a CNM alega que foram várias tentativas de diálogo com a atual gestão do Ministério: “A pasta tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo. Seu comando não acreditou na vacinação como saída para a crise e não realizou o planejamento necessário para a aquisição de vacinas. Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para Estados e Municípios. Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à expectativa da Federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando assim a população do País”.

Mais cedo, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) divulgou nesta terça (16) nota na qual atribuiu a “escassez” de vacinas em cidades brasileiras à forma como o governo federal coordena o combate à pandemia de Covid-19 e cobrou que o país tenha um cronograma com prazos para vacinação em território nacional. A entidade também pede que o Ministério da Saúde se reúna com prefeitos.  A FNP, que é presidida pelo ex-prefeito de Campinas (SP) Jonas Donizette (PSB), afirma que o país precisa ter metas para a vacinação de cada grupo: por faixa etária, doentes crônicos, categorias de profissionais. “Disso depende, inclusive, a retomada da economia, a geração de emprego e renda da população”, afirma a entidade. O ofício foi enviado nesta terça-feira ao Ministério da Saúde com cópia ao ministro da Secretaria de Governo, Luiz Ramos. A entidade tenta agendar uma nova reunião entre prefeitos e o Ministério da Saúde , a última ocorreu em 14 de janeiro, quando o ministro Eduardo Pazuello anunciou o início da vacinação.

Veja a íntegra da nota da CNM

“O movimento municipalista, por meio da Confederação Nacional de Municípios (CNM), vem a público, em nome dos gestores locais que assistem e vivem desesperadamente a angústia e o sofrimento da população que corre aos postos de saúde na busca de vacinas contra a Covid-19, manifestar sua indignação com a condução da crise sanitária pelo Ministério da Saúde e solicitar a troca de comando da pasta. A entidade tem acolhido relatos de prefeitas e prefeitos de várias partes de país, indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana, em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo Ministério.
Foram várias as tentativas de diálogo com a atual gestão do Ministério, entre pedidos de agenda e de informação. A pasta tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo. Seu comando não acreditou na vacinação como saída para a crise e não realizou o planejamento necessário para a aquisição de vacinas. Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para Estados e Municípios. Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à expectativa da Federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando assim a população do País.
Por considerar que a vacinação é o único caminho para superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento econômico e social e por não acreditar que a atual gestão reúna as condições para conduzir este processo, o movimento municipalista entende necessária, urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos brasileiros.
Brasília, 16 de fevereiro de 2021.
Glademir Aroldi
Presidente da CNM”

Veja a íntegra da nota da FNP

“Os sucessivos equívocos do governo federal na coordenação do enfrentamento à COVID-19, e também na condução do Plano Nacional de Imunizações, estão diretamente ligados à escassez e à falta de doses de vacinas em cidades de todo o país. Que o Brasil não soube lidar com a pandemia, não restam dúvidas, mas, prefeitas e prefeitos, que sempre solicitaram e incentivaram a organização nacional, agora exigem respostas.

É urgente que o país tenha um cronograma com prazos e metas estipulados para a vacinação de cada grupo: por faixa etária, doentes crônicos, categorias de profissionais etc. Disso depende, inclusive, a retomada da economia, a geração de emprego e renda da população.

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) solicitou, no dia 14 de janeiro, em reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e mais de 130 governantes das médias e grandes cidades do país, encontros para o acompanhamento das imunizações no país. Na ocasião, ficou acordado que a cada 10 dias o ministro se reuniria com a comissão de prefeitos. Desde então, passados mais de 30 dias, nenhum agendamento foi feito.”


Fonte: Redação Bem Paraná

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *