Sargento enviado por Bolsonaro tenta retirar joias em aeroporto; vídeo!

Enviado por Bolsonaro tenta retirar joias do Aeroporto de Guarulhos | Foto: Reprodução

As joias foram apreendidas em 26 de outubro de 2021 na mala de um integrante de uma comitiva do governo Bolsonaro que foi à Arábia Saudita.

Um vídeo divulgado nesta quarta-feira (08) mostra o momento em que um enviado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta pegar o conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP). As informações são do G1!

As joias – um colar, anel, relógio e um par brincos de diamantes da marca de luxo suíça Chopard – foram apreendidas em 26 de outubro de 2021 na mala de um integrante de uma comitiva do governo Bolsonaro que foi à Arábia Saudita.

Na ocasião, o então ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque – que integrava a comitiva – tentou reaver as joias, mas sem sucesso. Os itens, então, permaneceram na alfândega da Receita Federal.

Em 28 de dezembro de 2022 – às vésperas do fim do governo e um dia antes de o então presidente da República embarcar para os Estados Unidos – o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva foi enviado em voo oficial pelo gabinete de Bolsonaro ao Aeroporto de Guarulhos para pegar as joias.

Ele chegou ao aeroporto e mostrou a um auditor um ofício enviado pelo tenente-coronel Mauro Cid, braço-direito de Bolsonaro, ao chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes. O sargento diz que achava que o governo já havia entrado em contato.

Jair então liga para Cid e tenta passar ao auditor. “Coronel, eu tô aqui na alfândega aqui já. Estou falando com o supervisor deles aqui. Quer falar com ele? Ele falou que não está ciente aqui do que se trata. Posso passar aqui para ele?”, afirma o sargento em ligação.

Em resposta, o auditor faz sinal de negativo com o dedo e afirma: “eu não posso falar no celular”. O sargento então diz que está “na correria” e que o caso é de “urgência”, mas o servidor da Receita explica que a retirada precisa passar por um procedimento e que ele não tem acesso ao local onde estariam as joias.

“Então assim, esse ADM – que seria para incorporação – seria necessário, não tem. Não tenho conhecimento também dessa liberação. Não sei onde estaria, talvez no cofre, mas eu não tenho acesso, então… Não sei se teve algum atropelo, assessoria, alguma coisa muito de urgência”, prossegue.

Eles então conversam sobre o clima em Brasília com a transição e Jairo argumenta que a retirada das joias é um passo burocrático da passagem de governo, que ocorreu dias depois do episódio.

“Tudo correndo normal. Assim, lá fora o pessoal gritando e a gente fazendo o que tem que fazer, passagem normal. Tanto que isso aqui faz parte da passagem, não pode ter nada do antigo para o próximo. Tem que tirar tudo, tem que levar. Não pode, é burocrático, é burocracia”, afirma.

Mesmo com a insistência do militar enviado pelo governo, o auditor resistiu e as joias permaneceram apreendidas na Receita.

Fonte: G1

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