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Governo de Vladimir Putin confirmou continuidade de tropas em região dominada desde 2014 por separatistas apoiados pelo Kremlin
O governo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, decidiu neste domingo (20/2) manter 30 mil soldados e equipamentos militares em Belarus e intensificou o temor de invasão à Ucrânia.
Em um comunicado divulgado pelo exército de Belarus no Telegram, o ministro da Defesa, Viktor Khrenin, disse que “os resultados preliminares do exercício conjunto ‘Allied Resolve-2022’, conduzidos como parte de uma checagem de forças da união, foram concluídos”.
No entanto, segundo o comunicado, a operação vai continuar na região, que é dominada desde 2014 por separatistas apoiados pelo Kremlin e registrou um domingo de explosões misteriosas e troca de tiros na linha de frente com as forças de Kiev.
“Agravamento da situação”
“Em conexão com o aumento da atividade militar perto das fronteiras de Rússia e Belarus e o agravamento da situação em Donbas, os presidentes de Belarus e da Rússia decidiram continuar checando as forças de resposta”, afirmou o comunicado.
A decisão de estender a operação foi tomada devido à atividade militar perto das fronteiras da Rússia e da Belarus e uma escalada da tensão na região de Donbass, no leste da Ucrânia, de acordo com o ministro da Defesa.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirmou que a Rússia tem até 30 mil soldados na Belarus e pode usá-los como parte de uma força de invasão para atacar a Ucrânia, que fica ao sul do país. No entanto, Moscou negou tal intenção. Já o Kremlin não comentou os exercícios na Belarus.
Sem entrar em detalhes, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que as repetidas advertências do Ocidente de que a Rússia está prestes a invadir a Ucrânia são provocações e podem ter consequências adversas.
Tensões
A Rússia e seus aliados apontam que a Ucrânia e o Ocidente intensificam as tensões ao enviar reforços da Otan para a Europa Oriental.
Os países ocidentais ameaçam realizar sanções que, segundo eles, seriam de amplo alcance contra empresas e indivíduos russos em caso de invasão.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou em uma entrevista transmitida pela BBC neste domingo que tais sanções “atingiriam muito, muito duramente” e poderiam incluir restrições ao acesso de empresas russas ao dólar e à libra.
Boris Jonhson reconheceu, contudo, que as ameaças podem ser insuficientes para deter Moscou.
“Desastre à frente”
“Temos que aceitar no momento em que [o presidente russo] Vladimir Putin está possivelmente pensando de forma ilógica sobre isso e não vê o desastre à frente”, afirmou o primeiro-ministro.
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou que a Europa estaria dividida acerca de como reagir a uma possível incursão militar reduzida.
Os mecanismos do conflito estão se agravando a cada hora, assim como ocorreu nos preparativos para a Primeira Guerra Mundial, em 1914, disparados por um assassinato político do herdeiro do trono austro-húngaro.
Naquela época, da mesma maneira que agora, havia defensores de que a lógica iria prevalecer e a guerra seria impossível pelos danos financeiros que fariam ao agressor inicial, no caso a Alemanha imperial.
Fonte: Cleomar Almeida/Metrópoles