ESTADÃO CONTEÚDO / ANDRÉ PERA
Time de Jorge Sampaoli buscou a virada sobre o time paulista no segundo tempo, venceu por 2 x 1 e passou o Internacional
OCorinthians começou bem e terminou mal. Após um bom primeiro tempo, quando não deixou o Atlético-MG criar quase nada, o time cansou na etapa final, afrouxou a marcação e acabou perdendo de virada, por 2 x 1, neste sábado à noite (14/11), na Neo Química Arena. Com isso, continua no meio da tabela, com 25 pontos, enquanto o Galo reassumiu a liderança do Campeonato Brasileiro, com 38 pontos.
O fato de não poder contar com vários jogadores – Jô e Mateus Vital estão com covid, Otero serve à seleção venezuelana, Xavier cumpriu suspensão, Fábio Santos não pôde jogar por força de contrato, e Cazares, Danilo Avelar e Mantuan estão contundidos -, não levou o técnico Vagner Mancini a montar o time de maneira predominantemente defensiva.
Claro que o Corinthians se esmerou na marcação, em todos os setores do campo, para impedir o Atlético de ter conforto para criar jogadas. E também para inibir a costumeira pressão que o time de Jorge Sampaoli faz sobre os adversários em grande parte dos jogos. Muitas vezes, dois corintianos estavam em cima do adversário que tinha a bola. O Corinthians, no entanto, foi mais do que isso.
O time jogou com rapidez, objetividade e trocou os passes laterais, que normalmente são poucos eficientes, por um jogo vertical. Com isso, incomodou o time mineiro, forçando vários erros de seus jogadores. E explorou sobretudo o lado direito, aproveitando os espaços dados por Guilherme Arana, velho conhecido dos corintianos.
O gol do Corinthians saiu logo no início do jogo, 5 minutos, em consequência de uma jogada bem trabalhada. Luan, da meia esquerda, lançou Ramiro do outro lado. Dentro da área, ele tocou para Davó, que penetrava em velocidade, marcar.
A vantagem corintiana saiu logo depois de um erro do árbitro Rodrigo Dalonso Ferreira, que na jogada anterior ignorou um pênalti em Gil no estreante Vargas – o zagueiro puxou o chileno na área, após perder na corrida. Dalonso mandou o lance seguir e o VAR não se manifestou.
A intensidade do Corinthians surpreendeu o Atlético, que teve mais posse de bola e até chegou algumas vezes, mas errou o alvo. O Corinthians teve outras chances também, mas não soube ampliar
O jogo não mudou taticamente na parte inicial do segundo tempo. O Corinthians continuou marcando forte, impedindo o Atlético de fazer o jogo em velocidade que gosta. Sampaoli inverteu seus jogadores de frente, colocando Vargas pelo lado esquerdo e Keno pela direita, mas nem isso dava resultado. O problema é que o time paulista também não conseguia mais chegar ao gol adversário
Até que aos 15 minutos, numa jogada que começou com cobrança de lateral, Fagner afastou mal, Arana ganhou o rebote, tabelou com Vargas e bateu cruzado, rasteiro, para empatar.
Isso encorajou o Atlético. Sampaoli tornou o time mais ofensivo, ao mesmo tempo em que o Corinthians dava sinais de desgaste, o que teve como consequência um afrouxamento da marcação. O time mineiro, melhorou no jogo, passou a pressionar e a criar chances
Mancini reagiu, com Éderson e o estreante Jonathan Cafu, que entrou pelo lado esquerdo do ataque, para tentar voltar a incomodar o Atlético. Não deu certo, e o time mineiro virou quando Keno passou como quis por Cafu e cruzou para Marrony virar o jogo com um toque certeiro.
Depois, o Atlético-MG tratou de segurar o bom resultado e o Corinthians, mais uma vez, não teve forças para reagir.
Antes do início da partida, um protesto: os jogadores dos dois times entraram em campo segurando camisas com o número 23, para lembrar que a cada 23 minutos, em média, morre um jovem negro no Brasil.
Publicado Por Metrópoles/Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO