STF Tem Maioria Para Manter Dino, Zanin e Moraes em Julgamento da Denúncia Contra Bolsonaro e Aliados Por Tentativa de Golpe

Montagem com as imagens dos ministros do STF Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. — Foto: Gustavo Moreno e Felipe Sampaio/STF

Ministros integram a Primeira Turma da Corte, que marcou para a próxima terça (25) o julgamento que pode tornar Bolsonaro e sete aliados réus por tentativa de golpe. No plenário virtual, maioria dos ministros votou pela rejeição de recursos de Bolsonaro e Braga Netto.

Por Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

19/03/2025 12h41  Atualizado há 6 horas

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quarta-feira (19) maioria para manter os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino no julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado.

Os três ministros integram a Primeira Turma do Supremo, que marcou para a próxima terça-feira (25) a análise da acusação da Procuradoria-Geral da República contra o chamado núcleo da organização criminosa, que seria formado por Bolsonaro e sete aliados.

Com essa maioria no STF alcançada nesta quarta, a análise da acusação da PGR vai permanecer na Primeira Turma da Corte.

Os ministros julgam os recursos das defesas de Bolsonaro e dos generais Walter Souza Braga Netto e Mário Fernandes no plenário virtual. O julgamento vai até o fim da noite desta quinta-feira (20).

🔍No plenário virtual, os ministros registram o voto pelo computador e não se reúnem para debater o tema.

Os advogados questionam decisões do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que rejeitaram os pedidos para afastar do julgamento Moraes, Zanin e Dino.

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https://g1.globo.com/jornal-nacional/video/defesa-pede-que-stf-declare-o-impedimento-de-dino-e-zanin-no-julgamento-de-bolsonaro-por-tentativa-de-golpe-de-estado-13373208.ghtml

Defesa pede que STF declare o impedimento de Dino e Zanin no julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado

A defesa de Bolsonaro defendia o impedimento dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino. Argumentava que os ministros do STF já processaram o ex-presidente no passado.

Os dois magistrados afirmaram não ver impedimento para julgar o caso.

Os advogados de Bolsonaro também pediram que a denúncia fosse julgada pelo plenário do Supremo, composto por todos os 11 ministros, e não pela Primeira Turma, que tem cinco ministros.

A defesa do general Braga Netto pediu para retirar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria das investigações. Isso porque, segundo a PGR, Moraes seria uma das vítimas da trama golpista.

O general Mario Fernandes também queria o impedimento de Dino porque o hoje ministro do STF ocupava o cargo de ministro da Justiça no dia 8 de janeiro. O argumento também foi rejeitado.

Como votaram os ministros

Os ministros analisam pedidos de impedimento de Dino e Zanin e de suspeição de Moraes para julgar a denúncia da PGR. Os ministros que são alvos dos questionamentos não analisam os recursos contra eles, somente os relacionados aos colegas.

Assim sendo, votaram pela rejeição do impedimento de Dino:

1-Luís Roberto Barroso

2-Alexandre de Moraes

3-Gilmar Mendes

4-Cristiano Zanin

5-Dias Toffoli

6-Luiz Edson Fachin

Cármen Lúcia

Votaram pela rejeição do impedimento de Zanin:

1-Luís Roberto Barroso

2-Alexandre de Moraes

3-Gilmar Mendes

4-Flávio Dino

5-Dias Toffoli

6-Luiz Edson Fachin

7-Cármen Lúcia

Votaram pela rejeição da suspeição de Moraes:

1-Luís Roberto Barroso

2-Gilmar Mendes

3-Cristiano Zanin

4-Flávio Dino

5-Dias Toffoli

6-Luiz Edson Fachin

7-Cármen Lúcia

A denúncia

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https://g1.globo.com/jornal-nacional/video/pgr-afirma-que-bolsonaro-liderou-organizacao-criminosa-para-golpe-de-estado-ex-presidente-diz-que-recebe-denuncia-com-estarrecimento-e-indignacao-13357268.ghtml

PGR afirma que Bolsonaro liderou organização criminosa para golpe de Estado; ex-presidente diz que recebe denúncia com estarrecimento e indignação

Foram denunciados como integrantes do núcleo crucial à suposta tentativa de golpe:

1-Jair Bolsonaro, ex-presidente;

2-Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;

3-Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha do Brasil;

4-Anderson Torres; ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;

5-General Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;

6-Mauro Cid; ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;

7-Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e

8-Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

A PGR afirma que Bolsonaro liderou organização criminosa para golpe de Estado; ex-presidente diz que recebe denúncia com estarrecimento e indignação.

Ao todo, 34 pessoas foram acusadas dos crimes de:

organização criminosa armada;

tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

golpe de Estado;

dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima;

deterioração de patrimônio tombado.

A PGR afirma que o grupo atuou para impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.

Ainda segundo a denúncia, a ação começou em 2021 com ataques sistemáticos ao sistema eletrônico de votação, por meio de declarações públicas e na internet.

A PGR argumenta que o grupo ainda mobilizou a estrutura de segurança do Estado – como a Polícia Rodoviária Federal (PRF)– para mapear e impedir eleitores de votar no candidato da oposição.

A organização criminosa, diz a acusação, também pressionou o Comandante e o Alto Comando do Exército, formulando cartas e mobilizando militares a favor de ações de força no cenário político para impedir que o presidente eleito assumisse o cargo.

A denúncia aponta a elaboração de minutas de atos de formalização de quebra da ordem constitucional, dentre os quais se cogitava a prisão de ministros do STF.

Fonte: g1

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