Palmeiras supera surto da covid-19, empata com o Ceará e vai à semifinal

O Palmeiras está nas semifinais da Copa do Brasil. Em noite de superação no Castelão, o time paulista mostrou força mesmo sofrendo com um surto de covid-19. Atuando com 19 desfalques, empatou com o Ceará por 2 a 2, com brilho de Raphael Veiga.

Foto – Cesar Greco – Palmeiras

Nesta quarta-feira, o Palmeiras fez um primeiro tempo perfeito em Fortaleza para encaminhar a vaga. Mais uma vez liderado por Raphael Veiga. O armador anotou os dois gols do time, um após bela letra. Herói diante do Fluminense, o jogador repetiu a dose e vive seu melhor momento na temporada.

Mesmo começando o ano como reserva de luxo de Vanderlei Luxemburgo, Veiga já soma 13 gols na temporada. Cinco deles nos últimas três partidas. Virou um dos pilares da sequência positiva de nove partidas sem derrotas.

Com 3 a 0 construído na ida, o Palmeiras podia até perder por dois gols de diferença que avançaria. Mesmo com excelente vantagem, optou por atacar, abriu 2 a 0 antes do intervalo, e depois apenas fez o tempo passar. Até sofreu o empate, mas não viu a classificação ameaçada em nenhum momento.

O time viajou para a partida com 19 desfalques, sendo 15 por causa da covid-19. Os titulares Gabriel Menino, Viña, Luan, Rony e Gabriel Veron, além dos goleiros reservas Jailson e Vinícius, os zagueiros Empereur e Kuscevic, os meias Danilo, Gustavo Scarpa e Quiñonez, e os atacantes Gabriel Silva, Hinestroza e Pedro Acacio.

O técnico Abel Ferreira, suspenso por expulsão no jogo de ida, ainda não tinha Felipe Melo, Luan Silva e Wesley, machucados e Breno Lopes, impossibilitado de jogar por já ter atuado pelo Juventude na Copa do Brasil. O zagueiro Gustavo Gomez defendeu o Paraguai nas Eliminatórias e ficou no banco. Entrou nos minutos finais. A dupla defensiva inicial teve Emerson Santos e Renan.

O auxiliar Vitor Castanheira dirigiu o desconfigurado time. Com tantos desfalques, Mayke teve de atuar improvisado na esquerda. E o jovem paraguaio Aníbal ganhou a primeira chance no ataque do time profissional.

Do lado cearense, com a saída de Rafael Sóbis para o Cruzeiro, Felipe Vizeu ganhou a vaga de centroavante. Mas o grande nome de Guto Ferreira era Vina, recuperado da covid-19.

Mas bastou a bola rolar para ficar evidente que seria um duelo entre desespero e calmaria. O Palmeiras trabalhava a bola com trocas de passes. O Ceará apostava de cara nos chuveirinhos para Vizeu e os altos zagueiros Tiago e Luiz Otávio.

Tranquilo, o Palmeiras logo tomou conta da partida. Veiga assustou Fernando Prass na primeira finalização. Bateu falta na barreira e soltou uma bomba no rebote, raspando a trave. Ele sofreria pênalti logo depois. Cobrou com perfeição.

Só um time jogava. Aos 42, Willian bateu na mão de Prass. Quatro minutos mais tarde, o goleiro defenderia com os pés a bomba de Veiga. O bombardeio verde surtiria efeito antes do intervalo. E com uma pintura. 

Lucas Lima chegou à linha de fundo e cruzou na medida para Raphael Veiga marcar um golaço, de letra. Quinto gol do meia nos últimos três jogos e classificação praticamente garantida ainda no primeiro tempo.

Na etapa final, bastava ao Palmeiras fazer o tempo passar para confirmar a classificação às semifinais. Ao Ceará restava evitar um vexame maior e buscar uma despedida honrosa.

Com 5 a 0 no agregado, os paulistas voltaram dispersos para a fase final. E viram os rivais reagirem, anotando dois gols em intervalo de cinco minutos. Vina, aos 11, e Tiago, aos 16, fizeram a esperança cearense renascer.

O Palmeiras já não era competitivo como na etapa inicial. E via Weverton trabalhar. O Ceará ainda cavou um pênalti com Vina, aos 31. O árbitro marcou. Após demora de quase cinco minutos e revisão do VAR, o lance foi cancelado. 

Com três gols de desvantagem e pouco tempo no relógio, o Ceará queria apenas dar adeus com vitória. Ao Palmeiras valia a manutenção da invencibilidade. Foi o que aconteceu.

Por Fabio Hecico, especial para a AE
Estadão Conteúdo

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