Geradores de energia foram acionados neste sábado (21) em Santana, no Amapá, com presença do presidente da República Jair Bolsonaro — Foto: John Pacheco/G1
É a primeira agenda do presidente da República após dois blecautes. Estado enfrenta crise energética desde o dia 3 de novembro. Promessa é que geradores termoelétricos proporcionem energia para 100% do Amapá neste sábado (21).
Ao visitar o Amapá neste sábado (21), no 19º dia de crise energética que afeta 13 das 16 cidades, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) fez breves cerimônias para ligar os geradores termoelétricos contratados para restabelecer a energia ao estado. Ele chegou ao aeroporto de Macapá pouco depois das 15h.
Bolsonaro integrou uma comitiva com diversas autoridades. Contratados para suprir a necessidade de consumo do estado, mesmo que provisoriamente, com a ativação de 45 megawatts de energia, os equipamentos foram montados na subestação Santa Rita, na capital Macapá, e noutra no município vizinho, Santana. Nas visitas aos locais, o presidente ligou os geradores.
É a primeira agenda de Bolsonaro no Amapá após os dois blecautes totais que atingiram o estado; um no dia 3, que levou 4 dias para ter o fornecimento retomado mesmo que parcialmente, e outro na última terça-feira (17), que foi ajustado em cerca de 5 horas. Há investigações abertas em órgãos federais e estaduais para explicar as causas.
Em Macapá, Jair Bolsonaro visitou geradores termoelétricos contratados para fornecerem energia ao Amapá — Foto: John Pacheco/G1
A visita do presidente foi anunciada na quinta-feira (19), em meio a pedidos para afastamento dos diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) – que foi negado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.
A comitiva que acompanha o presidente é composta pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general da reserva Augusto Heleno; pelo presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM/AP); pelo governador do Amapá, Waldez Góes (PDT); e outras autoridades.
A expectativa é que Bolsonaro aproveite a viagem para assinar a medida provisória que estabelece uma ajuda social — por meio da isenção do pagamento da conta de energia elétrica — para os consumidores do estado afetados pelo apagão. A assinatura não foi incluída na agenda oficial até o fim da manhã deste sábado.
Crise energética no Amapá: geradores termelétricos devem entrar em operação neste sábado
Nas últimas 3 semanas, o amapaense conviveu com parte do dia sem energia, já que foi estabelecido um sistema de rodízio e racionamento por regiões. Foi necessário manter novos hábitos em casa e no trabalho, até mesmo porque o cronograma nem sempre era cumprido.
Muitos moradores ficaram temerosos com a perda de eletrônicos com os desligamentos e retomadas da luz em horários fora do rodízio. Dormir também foi um privilégio.
Montagem de gerador termoelétrico na Subestação Santa Rita, em Macapá — Foto: GEA/Divulgação
Os 44 geradores movidos à combustível devem ter o início dos trabalhos acompanhado por Bolsonaro. Os equipamentos termoelétricos podem garantir o retorno total do serviço de forma gradual, que deve ser normalizado completamente só na quinta-feira (26), segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Inicialmente, o governo federal deu prazo de 10 dias para solucionar o problema, o que não aconteceu. Em seguida, a CEA prometeu acabar com o rodízio e retomar a distribuição completa em 26 de novembro.
A distribuidora de energia, chamada Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), já informou que não garante o restabelecimento de 100% de imediato do serviço e adiantou que o rodízio será suspenso, mas ainda vão ocorrer interrupções em horários de pico: das 14h às 16h e de 22h até 1h30.
O diretor-presidente chegou a pedir paciência, enquanto o problema é resolvido.
Os geradores termoelétricos vão garantir o abastecimento até que mais dois transformadores da principal subestação do estado voltem a funcionar. E, depois, eles ficam de retaguarda, para evitar novos blecautes.
A Justiça Federal definiu que a Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) — responsável pela Subestação Macapá, ligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e que pegou fogo no dia 3 de novembro — tem até o dia 25 de novembro para realizar a “completa solução” do problema.
Subestação em Macapá onde aconteceu incêndio — Foto: Wesley Abreu/Rede Amazônica
Na Subestação Macapá, há somente um transformador funcionando. Para garantir energia para todo o estado é necessária a instalação de um segundo, que deve ser energizado até o dia 26 de novembro. E ainda, para operar com segurança de reserva de energia, o estado recebe um terceiro transformador enviado de Boa Vista, que deve chegar em dezembro.
O segundo equipamento, que estava em Laranjal do Jari, no Sul do estado, chegou em Macapá na quarta-feira (18), após uma grande operação para o transporte, já que ele pesa cerca de 200 toneladas. Foram mais de 30 horas de viagem de balsa.
Fonte: Por G1 AP — Macapá