Casal que construiu a embarcação para viagem ao redor do globo publicou uma nota nas redes sociais lamentando o ocorrido
Dupla ficou à bordo da embarcação por cerca de quatro anos, entre 2012 e 2016, antes de vendê-la em março do ano passado – (crédito: Reprodução/Instagram)
O veleiro Guruca Cat, interceptado com 2,2 toneladas de cocaína na costa de Recife na segunda-feira (15/2), já teve seus dias de glória. É que a embarcação foi construída pelo casal de velejadores Guta Favarato e Fausto Pignaton para dar a volta ao mundo entre 2012 e 2016. A dupla passou por mais de 30 países antes da venda da embarcação, no ano passado.
Pelas redes sociais, eles lamentaram que essa tenha sido a destinação do Guruca Cat. “Um triste episodio para um veleiro querido por tantos brasileiros que acompanharam sua construção e aventuras”, escreveram na legenda de uma foto do barco no Instagram. E ainda fizeram um apelo: “Que as autoridades o leiloem o quanto antes para que os novos donos o tratem como ele merece”.
Na mesma conta, os dois haviam anunciado que pretendiam vender o veleiro em dezembro de 2019. A ideia era construir uma nova embarcação para outras viagens. Eles postaram também o anúncio de que a venda fora concretizada em março de 2020. “Foram três anos e três meses de construção até o catamarã se materializar. Passaram por vários sentimentos: entusiasmo, alegrias, angústias, decepções e muito cansaço durante a obra. Mas depois de tanto esforço e dedicação, todos podiam ver o que somente uma pessoa conseguia”, relataram à época.
Tráfico internacional
O que se passou desde a última aventura em família até a interceptação em uma ação de combate ao tráfico internacional de drogas ainda é um mistério que as autoridades brasileiras precisam descobrir. Tudo o que se sabe até agora é que a embarcação foi capturada a 270 km da costa de Recife com 2,2 toneladas de cocaína a bordo.
A apreensão foi fruto de cooperação internacional inédita realizada pela Polícia Federal, Marinha do Brasil e agências de segurança de outros três países: Portugal, Estados Unidos e Inglaterra. Suspeita-se que a droga seria enviada à Europa. Cinco tripulantes foram presos e aguardam audiência de custódia na sede da PF em Pernambuco. Todos eram brasileiros.
Fonte: Jéssica Gotlib/Correio Braziliense