Randolfe pede quebra de sigilo de Pazuello por contratações do Ministério da Saúde no RJ

Pazuello durante depoimento para a CPI da Covid — Foto: Sergio Lima/AFP

CPI analisará pedido que prevê acesso a todas as comunicações entre o ex-ministro da Saúde e George Divério, coordenador do ministério no Rio. Pedido foi feito após denúncia da TV Globo sobre empresas escolhidas sem licitação para reformas em galpões durante a gestão de Pazuello.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu nesta quarta-feira (19) a quebra de sigilo telemático, telefônico, bancário e fiscal do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

O pedido foi feito após denúncia do Jornal Nacional, na terça-feira (18), sobre contratações feitas pelo Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, sem licitação, de empresas para reformar prédios antigos da pasta. Para isso, pandemia foi usada como justificativa para considerar as obras urgentes.

O senador também pediu acesso a todas as comunicações entre Pazuello e George Divério, coordenador do Ministério da Saúde no RJ. O pedido será analisado pela CPI da Pandemia.

Também nesta quarta, o Ministério da Saúde informou que vai investigar os fatos citados na reportagem.

No documento, ao qual o G1 teve acesso, o senador considera “gravíssimo” o caso no ministério.

“A ideia é verificar se há indícios de conluio entre servidores e a empresa contratada. Os pareceres reconhecem que os prédios precisam de reformas, mas afirmam que agora só seria possível fazer obras ligadas à segurança e nada mais.”

Pedido de Randolfe de quebra de sigilo de Pazuello — Foto: G1

Freixo aciona o MPF

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) informou, por redes sociais, que acionou o Ministério Público Federal (MPF) “para que os contratos milionários feitos sem licitação pelo Ministério da Saúde na época de Pazuello para reformar galpões sejam investigados”.

Em seu depoimento na CPI, Eduardo Pazuello falou sobre o assunto e disse que ficou sabendo do caso pelo Jornal Nacional.

“Soube disso ontem pelo JN. Liguei para me informar. A informação que tive foi: as causas da emergência não foram Covid, foram outro tipo de causa. Eram causas de risco à integridade das pessoas que estavam trabalhando nas duas instalações. E dois, não houve emprego de recurso algum porque os processos foram cancelados. Foi verificado pela nossa própria integridade que a formalidade não estava correta e ela foi cancelada antes de acontecer. Pelo que eu soube até agora, esses são os fatos, o resto já são ilações do problema. Não houve nenhum centavo colocado de nada.”

AGU barrou contratações

As contratações foram negadas pela Advocacia-Geral da União (AGU), que não aprovou as duas dispensas de licitação. Depois de assinados, os contratos da reforma no ministério e nos galpões foram anulados.

A AGU quer que a investigação continue para verificar se há indícios de conluio entre os servidores e a empresa contratada.

Fonte: Por Arthur Guimarães e Marco Antônio Martins, G1 Rio e TV Globo

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