Polícia Civil vai intimar dono de avião que caiu e matou piloto em Teresina

O avião modelo monomotor (Foto: Brunno Suênio/GP1)

De acordo com o delegado Odilo Sena, o dono da aeronave adquiriu o monomotor por cerca de R$ 40 mil e o custo para torna-lo operacional era alto, fato que levantou suspeita da Polícia Civil.

Polícia Civil do Piauí vai intimar o proprietário do monomotor Bonanza PT AFN, que caiu no início da tarde da última sexta-feira (28), matando o piloto Leandro Holdefer na região do Parque de Exposições Dirceu Arcoverde, na zona sudeste de Teresina.

Delegado Odilo Sena, do 21º DP (Foto: Marcelo Cardoso/GP1)

De acordo com o delegado Odilo Sena, o proprietário da aeronave adquiriu o monomotor por cerca de R$ 40 mil e o custo para torna-lo operacional era bastante alto, fato que levantou suspeita da Polícia Civil sobre a real utilidade do monomotor, que foi retirado do aeródromo de Nossa Senhora de Fátima sem permissão para voo.

“Eu me atentei principalmente nessa parte documental, no dono da aeronave, na questão da viabilidade de navegabilidade, na autorização da ANAC, mas do que eu colhi foge da regra da aeronáutica. É como se eu comprasse um fusca por R$ 5 mil e gastasse R$ 100 mil, é uma coisa sem sentido. Então, ele estava infringido uma regra criminal aeronáutica, ou seja, colocando um avião desses em voo sem a autorização legal para isso. No entanto, uma pessoa normal não faria isso sem uma motivação forte. Nós vamos intimá-lo, pois ainda estou organizando a documentação do CENIPA”, ressaltou o delegado.

Sucessão de erros

O delegado acompanhou os trabalhos da equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), que chegou a Teresina no último sábado (29). De acordo com Odilo Sena, o coronel responsável pela equipe do CENIPA, que está investigando o acidente, já encontrou indícios de falhas no procedimento de voo.

Asa do monomotor (Foto: Brunno Suênio/GP1)

“Todas as informações que eu estou passando são advindas do CERIPA II, inclusive de o piloto ser ruim. As pessoas que conhecem o piloto o veem como ruim e o que diz muito isso é a manobra que ele fez, bastante arriscada, sem propósito. Ele fez um ripe [subida rápida] muito agressivo, o avião perdeu o controle, entrou em parafuso e caiu no chão. Para o avião decolar, ele precisa de sustentação e um piloto realizar um ripe em um avião velho daquele faz com que ele perca sustentação”, pontuou.

Ainda nesta semana, a Polícia Civil do Piauí vai receber informações documentais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, que vão ser incluídas no inquérito que vai apontar sob quais condições ocorreram a morte do piloto Leandro Holdefer.

Entenda o caso

Um avião de modelo monomotor caiu na tarde de sexta-feira (28), por volta de 13h30, nas proximidades do Parque de Exposições Dirceu Arcoverde, em Teresina. O piloto, identificado como Leandro Holdefer, acabou morrendo carbonizado.

Leandro Holdefer (Foto:Reprodução/Instagran)

O Corpo de Bombeiros de Teresina informou ao GP1 que populares testemunharam a queda da aeronave e acionaram a guarnição. “Alguns populares avisaram o Corpo de Bombeiros e então nós deslocamos nossas equipes e viemos efetuar o resgate. Nós procuramos o local do acidente e nos deparamos com o fogo da queda e o corpo da vítima”, informou o sargento Givago, do Corpo de Bombeiros.

A aeronave caiu no alto de um morro de difícil acesso. No local, foram encontradas partes do trem de pouso e de uma das asas distantes cerca de 10 metros da principal fuselagem, onde estava o corpo do piloto, ainda em chamas.

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda foi ao local, mas não havia nada a ser feito, além do controle do fogo por parte do Corpo de Bombeiros, que isolou a área posteriormente.

Fonte: Por Brunno Suênio/GP1

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *