Abel Braga justifica “costas largas” por história construída no Inter e ganha grupo no diálogo

No gol de Edenilson que deu vitória no Gre-Nal, Abel correu para abraçar jogadores — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Inter

Apesar da turbulência inicial, treinador cativou comandados com seu estilo, passou confiança até aos jogadores menos utilizados e fez todos lutarem juntos em busca do título do Brasileirão

Abel Braga não só mudou a forma do Inter jogar e arrancou rumo ao topo da tabela do Brasileirão. O trabalho do treinador também foi de mobilizar o vestiário. Com seu histórico e estilo agregador, conquistou o grupo e o fez caminhar em busca do título.

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Após uma chegada tortuosa, com eliminações na Libertadores e Copa do Brasil, uma queda na tabela do primeiro para o sexto lugar e o afastamento por contrair o coronavírus, Abel reestruturou a equipe e encontrou uma maneira de atuar.

O time, que marcava na saída de bola do rival e primava pela posse de bola, já espera em seu campo e não faz questão de ter a supremacia na estatística. Prefere subir e ser letal.

Fora de campo, há algo tão ou mais importante. Mesmo no momento de turbulência, Abelão tratou de respaldar os pupilos. O conhecimento tático e os principais títulos da história do clube lhe dão estofo para convencer os atletas. Do outro lado, mantém a união no vestiário.

– A gente tem que colocar para fora toda ansiedade, temos a vantagem do ambiente, que é muito bom. Tem uma mistura legal de jovens com experientes. O Abel, que é um cara sensacional e passa experiencia, é vitorioso no clube e tem essas costas largas que nos blinda – enfatiza o goleiro Marcelo Lomba.

Abelão chegou aqui e em nenhum momento titubeou ao tomar decisões. Isso foi importante para nós. Entendemos o que queria, confiamos no que falava e a chave virou. O Abel é pilar do ambiente, segura a onda, lidera.

— Marcelo Lomba, goleiro do Inter

Apesar do domínio do vestiário, o técnico não gosta de ser chamado de “paizão”. Tem como mantra que trabalha “com a verdade”, explica o que ocorre, passa confiança, cobra, mas em conversas cara a cara com os jogadores. Não faz distinção de hierarquia.

– O segredo é que trabalhamos igual com todos. O Pedro Henrique (zagueiro), uma das grandes joias do clube, perguntou ao preparador se eu não gostava dele. Não tem isso, cara! Levei ele no banco também, revezamos com o Jussa. Para não ficar sempre naquele grupo. O legal disso é que quem entra ajuda a resolver, ou ajuda a segurar, ou a mudar o jogo Todos têm que se sentir importantes – cita o técnico.

Abel cumprimenta Guerrero, que já está fora da temporada por lesão no joelho — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Inter

A experiência de campo é outro trunfo de Abel que os atletas fazem questão de ressaltar. Marcelo Lomba deu o exemplo da goleada por 5 a 1 sobre o São Paulo e as mudanças na equipe que a fizeram suportar a pressão do Bragantino na vitória de domingo.

– (Abel) Tem uma liderança positiva. Escutamos o que fala, o que fazer. Contra o São Paulo, falamos que o Abel ganhou o jogo e hoje (domingo) mexeu no esquema para ficarmos mais confortáveis. Já tinha trabalhado com ele, tinha como referência e saber que hoje volta como um dos mais vitoriosos no clube, é bom viver esse momento – diz Lomba.

O exemplo mais recente do foco do treinador surgiu nesta segunda-feira. Ele foi sondado pelo Al-Nasr, dos Emirados Árabes, para deixar o clube imediatamente. Prontamente recusou.

Em busca da 10ª vitória seguida no Brasileirão, o Inter volta a campo na quinta-feira, quando enfrenta o Athletico-PR na Arena da Baixada. A partida está marcada para as 21h. O Colorado lidera a competição com 65 pontos.

Fonte; Por Tomás Hammes — Porto Alegre/ge

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